sábado, 17 de novembro de 2007

Educação e Tecnologia


Relendo o livro "A Galáxia da Internet de Manuel Castells(2003) li um trecho que é o título deste blog:


"O sistema escolar como um todo, seja nos EUA ou no mundo em geral, é, por tudo que se sabe, lamentavelmente inadequado para o uso dessa nova metodologia de aprendizado. Mesmo quando dispõe de tecnologia , carece de professores capazes de usá-la com eficiência, além de pedagogia e organização institucional para estimular novas habilidades de aprendizado".


Após uma pesquisa feita durante meu mestrado em educação, meu trabalho no NTE Blumenau, me indicam que Castells, pontuou bem os problemas na relação Tecnologia e Educação. O acesso a equipamentos que muitas vezes não chega às escolas, o conhecimento de professores e a relação que a escola tem com o conhecimento. No entanto, descobri muitos professores muito bem preparados para usar as tecnologias para ampliar a aprendizagem de seus alunos, criam espaços de publicação de textos, socializam atividades, criam comunidades para discutir temáticas com seus alunos. Se de um lado , há ainda um longo caminhar a percorrer, por outro lado muitos educadores e escolas já tem se apropriado destas ferramentas e ampliado e diferenciado suas formas de produzir aprendizagem. Embora, em algumas podemos dizer que a tecnologia é o o Mito de Sísifo (Demarchi, 2006), em outras as possibilidades de aprendizagem t~em sido ampliadas.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Sobre a televisão

Nesses momentos que antecedem a televisão digital em nosso país, me vem à mente o Livro de Pierre Bourdieu "Sobre a Televisão".

Enquanto a mídia muito e discute sobre a qualidade da imagem, por exemplo, propagandas trazem com ênfase a melhoria nos detalhes de visualização, lembro-me do alguns aspectos questionados por Bourdieu entre eles destaco: a palavra.
"È preciso fazer um trabalho de assistência à palavra" (p.47) O autor se refere a necessidade de se fazer ouvir quem tem algo a dizer, isto é, de auxiliá-lo a se expressar de forma plena. Será que com a melhoria da imagem, a palavra será oportunizada? Ou continuarão com suas técnicas, a ajudar a afundá-la? No programa Fantástico do último domingo no quadro minha periferia, houve uma importante abordagemde como a população dos arredores da capital parisiense , percebem a mídia. Por coicidência(ou não), os capítuulos dessa semana da novela das oito abordaram a tentativa de ser realizado um documentário, numa favela, e que também recebe rejeição da população local. As classes menos favorecidas estão percebendo que sua realidade é fabricada pelos meios de comunicação. Quem nos fez associar miséria e pobreza com marginalidade?
Bourdieu afirma que os jornalistas têm óculos especiais a partir dos quais vêem certas coisas e não outras. E ainda, que vêem de certa maneira as coisas que vêem. Afirma ainda que a televisão que deveria ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação de realidade.
Nos últimos escândalos políticos brasileiros, até que ponto o que acompanhamos na mídia é real e é fabricado? A ênfase dada a alguns fatos e não a outros, a manipulação das palavras, tem permitido afundar a realidade. Dar voz a quem tem o que dizer: talvez aí esteja o grande segredo .

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Internet neutra e sem amarras jurídicas

A entrevista com Demi Getschehko, engenheiro que integra o Comitê Gestor da Internet na Revista nº 25 de maio/2007, discute que a legislação específica para a internet pode causar amarras a sua dinâmica tecnológica.
Para ele a segurança na rede deve ser buscada na própria tecnologia.
Considera vital a neutralidade da rede.
Destaca como pontos vitais:
  • como você ataca a governança em níveis mais altos da rede
  • direito autoral é ponto vital
  • formas de coibir, coibir, colaboração entre e polícias para rastreamento, privacidade
  • inclusão digital e expansão da rede.

Destaco ainda o trecho:

" Acredito que tecnologia mais educação vão gerar nossas melhores formas de proteção. Eu acho que legislação é uma coisa perigosa nessa área. Porque é uma área tão dependente de dinamismo de tecnologia, que, se for criada uma legislação amarrada a uma tecnologia, ela pode ficar rapidamente obsoleta e travar alguma coisa, e também ser usada no sentido inverso do que se pretende - para infernizar a vida dos bem-comportados, enquanto os mal-comportados continuam à solta. Dificilmente, um sujeito mal-intencionado vai ser freado porque a legislação proíbe. E você pode sobrecarregar os corretos com o fato de ter de andar com crachá, identificação, impressão digital, essas coisas".

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A revolução das prioridades - Cristóvam Buarque

Penso que todo educador deveria ler...

Alguns trechos que considero essenciais qdo pensamos em tecnologia:
"A opção por um crecimento com base na importação de estilo de sociedade e de métodos de produção exigiu que o país ficasse dependente de capital, de técnicas e de recursos naturais importados." (p.33)
"O Brasil passou a ser um país assustado e sem flexibilidade para definir rumos".
"Os dez erros da modernidade brasileira decorrem da opção por uma modernidade imitativa, do avanço técnico dos países metropolitanos, aliada ao apego das elites aos privilégios e a esperança das grandes massas terem acesso aos mesmos. [...] Por isso, o primeiro passo para a correção dos rumos está na revisão do conceito de modernidade". (p.101)

Buarque considera essencial que nosso país passe da modernidade técnica para a modernidade ética, considerando essenciais três valores:
Democracia com soberania
Integração social e internacional
Qualidade e eficiência.

Aponta ainda, dez intenções da Modernidade Ética:
Um país sem fome
Todas crianças na escola e sociedade culta
População com saúde
Estado eficiente e sem corrupção
Instituições democráticas
Sociedade sem violência
Todos com habitação, saneamento e serviços básicos
Meio ambiente protegido
Infra-estrutura eficiente
Nação aberta.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Projetos colaborativos

Um grande desafio. Transformar a cultura de trabalho fragmentado, isolado, competitivo para produções coletivas e interativas. Mas, como gostamos de desafios ... acreditamos que é possível.

domingo, 30 de setembro de 2007

Feira Cultural EEB Christoph Augenstein



Apresentação de boi de mamão pela APAE de Blumenau


O xadrez chega à escola.

Folclore catarinense

Professora Cibele Coutinho dos Santos observando trabalho sobre dinossauros.


No dia 21 de setembro a EEB Christoph Augenstein realizou uma belíssima Feira Científica e Cultural. Veja a seguir algumas fots de trabalhos.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Migrar sem traumas


Marcos Vinícius Ferreira Mazoni (Diretor Presidente do Serpro), escreve um interessante texto a respeito do uso de softwares livres nas estações de trabalho, na revista A Rede de julho de 2007.

Entre várias questões importantes afirma:

" É preciso desmistificar a importância do sistema operacional nos computadores pessoais. Para isso, é importante uma abordagem que mantenha as aplicações amigáveis ao usuário final, independente do sistema operacional usado".

"Criar, cada vez mais, aplicações que independem do sistema operacional e que obedeçam a padrões de relacionamento com o usuário e de tecnologias de interface, garantirá que a substituição do sistema seja simples e sem trauma"

"investir no necessário treinamento, independentemente de qual produto estaria sendo usado, valorizando, portanto o usuário final".


Na Gerência de Educação de Blumenau, dezoito escolas receberam computadores do ProInfo com a plataforma Linux. Após alguns problemas iniciais, o NTE resolveu investir na formação dos educadores, buscando minimizar os impactos iniciais do conhecimento de software proprietário para Linux. Ainda temos dificuldades, questionamentos dos educadores para realizar determinadas ações, mas cooperativamente estudamos buscando obter conhecimentos necessários para que os equipamentos sejam usados para ampliar a aprendizagem nas escolas.

Não vejo outro maneira, a não ser aprender utilizando os equipamentos com outras plataformas. Facilitar aos educadores e alunos ampliação na autonomia na migração do software proprietário para o de código aberto.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Peiter Blubel

26/08/2007
Foto:Marisa Elsa Demarchi

Rua das Palmeiras
26/08/2007
Foto: Marisa Elsa Demarchi


sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Grupo 04


Hoje, 24/08/07 estão reunidas escolas de EM de Blumenau....

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Que lugar é este?









Que lugar é este?

26/08/2007 Foto: Marisa Dlsa Demarchi
Rodoviária antiga: Rua sete esquina com Rua Padre Jacobsen




Igreja Matriz ????

26/08/2007
Foto: Marisa Elsa Demarchi


Alguém conheceu????

Teatro Carlos Gomes

7 de agosto de 2007
Foto: Marisa Elsa Demarchi




Melhorou muito não é???






Cine Busch... quem conheceu?

26 de agosto de 2007
Foto: Marisa Elsa Demarchi




















Que lugar é este?


Que lugar é este?


Blumenau - Que lugar é este?

Em homenagem à Blumenau, vou postar imagens antigas que recebi num e-mail, desculpem não lembro de quem. Convido vocês a identificá-las. Algumas têm indicação de rua. Tentem descobrir o que está neste local hoje(2007). Estarei fazendo fotos do mesmo local e publicando posteriormente.

Abraços

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

TECNOLOGIAS NA ESCOLA: MITOS E DESAFIOS
Marisa Elsa Demarchi
Teresinha Kuehn

As tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano da sociedade, da economia e cultura. A escola enquanto parte destes elementos, também incorporou e rejeitou tecnologias ao longo de sua história. Da lousa ao caderno; dos desenhos, fotografias, imagens de televisão, vídeo e DVDs; do quadro de giz ao quadro eletrônico; dos primeiros computadores pessoais – PCs com programa logo, aos computadores com conexão discada, banda larga, wireless...
Entre estas e outras tecnologias, a escola foi se constituindo e por conseqüência o conhecimento passou a ser apropriado de diferentes formas, as relações entre educadores e alunos se transformaram e os espaços da sala de aula se modificaram. No entanto, estas mudanças, não ocorreram de forma homogênea, pois o acesso foi (e ainda é), muitas vezes desigual, especialmente em se tratando de escolas públicas e, ainda nelas, as oportunidades se fizeram de formas diversas, pois como diferentes pesquisadores já apontaram (Bordieu,1997; Frigotto, 2001) conforme as populações que as escolas atendem, há diferenças substanciais também entre elas, geralmente no sentido daquelas que atendem as populações mais carentes serem também as mais pobres em recursos materiais e possuírem educadores com menor formação, menores oportunidades de prosseguirem seus estudos e de participarem de redes de aprendizagens.
Com a ampliação de programas e políticas de inclusão digital nas escolas públicas, fazem-se necessários estudos sobre o papel da tecnologia na escola. Os imensos investimentos em equipamentos, formação de equipes centrais de coordenação e de educadores, programas de incentivo a projetos que utilizam as novas Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs na educação nem sempre tem revertido em grandes avanços na aprendizagem de alunos. As diversas pesquisas já realizadas na área indicam a necessidade de quebrar alguns mitos relacionados à articulação educação e tecnologia. Entre eles os mais conhecidos são:
1. O professor precisa de alguém de apoio para atuar nas salas informatizadas. Em escolas públicas e privadas a prática de se colocar um professor de informática nos espaços das SI, tem se revelado uma forma para os professores “largarem” os alunos com estes funcionários e deixarem suas aulas serem ocupadas por sessões do tipo: “clique aqui, clique ali”, geralmente bastante distanciadas dos conhecimentos trabalhados nas salas de aulas em que os professores atuam. Os alunos, terminada a empolgação inicial da “novidade”, acabam se desinteressando por estas aulas.

2. Um professor que sabe menos tecnologia que seus alunos não pode usar estes espaços de aprendizagem. Muitos professores, no entanto, têm aproveitado a oportunidade de aprender com seus alunos e conseguiram avançar significativamente nos conhecimentos de informática e, especialmente na articulação entre sua área de conhecimento específica e a tecnologia.

3. O aumento no número de computadores nos espaços das SI implica grandes avanços nos trabalhos ali desenvolvidos.Diferentes pesquisadores tem discutido a fragilidade das propostas educacionais com o uso das TICs, apontando para uma freqüente transposição didática nestes espaços, isto é, procura-se copiar o que é feito na sala de aula tradicional, nos espaços com equipamentos.
“[...] a chegada do computador à instituição escolar, facilmente se “adapta” à cultura vigente, sem contribuir para avanços importantes nessa estrutura fragmentada. Ela acaba funcionando mais como maquiagem, ampliação periférica da escola, tal qual uma pequena ampliação que façamos em nossa casa - um quartinho que construímos nos “fundos” - sem que, de fato, a reformemos, removendo os problemas estruturais mais importantes.” (NOVAIS)[1]
Um estudo realizado em São Paulo, (Lima, 2002) com três escolas que receberam computadores através de políticas governamentais indicou que a apropriação da tecnologia na escola depende de uma confluência das seguintes questões: A. Questões físicas; B. Questões financeiras; C. Questões referentes à organização do uso; D. Questões referentes ao desenvolvimento de pessoas; E. Questões pedagógicas e de gestão do conhecimento na escola políticas.
4. O quarto mito é de uma pessoa sozinha dá conta de resolver a questão da articulação tecnologia e educação.

“A prática de trabalho dos professores, usualmente bastante isolada nas salas de aula, dificulta sobremaneira a criação de uma cultura de colaboração; por isso, há necessidade de o gestor planejar a existência de momentos de troca de experiências entre professores (e funcionários)”. ( VIEIRA)[2]

4. O aluno precisa primeiro aprender informática para depois, trabalhar na SI.
Não faz sentido com a grande velocidade de inovações tecnológicas se impor aos alunos, ou mesmo aos educadores, a necessidade de “saber” informática para então usar tecnologia educacional. A aprendizagem nas SIs deve ser feita através da “usabilidade”, isto é, a medida que o aluno vai necessitando de conhecimentos de diferentes programas para realizar atividades, vai aprendendo-as simultaneamente com a sua execução.

5. Os professores de faixa etária mais avançada não aprendem a lidar com as novas TICs. Vários estudos demonstram que pessoas com idade mais avançada não tem restrições à aprendizagem de informática. Suas “dificuldades” estão relacionadas ao período de familiarizar-se com os termos, o manuseio de mouse e teclado. Uma vez vencidos estes obstáculos iniciais revelam-se internautas criativos, autônomos e que trazem os seus conhecimentos de outras áreas para o trabalho no computador. Pesquisas realizadas por revelam que:

“Estudos que comparam jovens, adultos e idosos na interação com a máquina apontam a importância do dimensionamento de estratégias de ensino e aprendizagem delineadas de acordo com as características e condições da população, respeitando o ritmo e tempo de aprender, as limitações físicas (auditivas e visuais) e cognitivas (memória, atenção), etc. em lidar com equipamentos”.
(KACHAR, 2001).

6. Os alunos estragam os equipamentos, por isso precisam ser “vigiados” nestes espaços.
Aulas excessivamente dirigidas acabam contribuindo muito pouco para o desenvolvimento da aprendizagem. Em lugar de controle e programas de monitoramento e bloqueio de sites, propostas de trabalhos que permitam autoria, criação, compartilhamento e troca de conhecimentos. Danos a equipamentos, instalação de programas inadequados ao contexto escolar, geralmente ocorrem quando as aulas são realizadas de forma a não interessar o aluno, com navegações excessivamente dirigidas, ou totalmente livres, sem nenhuma orientação.
As tecnologias na escola merecem ser objeto de reflexões, estudos e pesquisas. Gestores, professores, alunos e comunidade necessitam construir autonomia em relação ao seu uso. Muitos mitos precisam ser quebrados e muitos desafios se apresentam para as comunidades escolares. Quando isto ocorrer, a tecnologia poderá representar não apenas um discurso de inovação, mas, acima de tudo, um grande avanço nas formas de ensinar e aprender.

Referências Bibliográficas
BOURDIEU, Pierre. A Miséria do Mundo. Petrópolis: Vozes, 1997.
FRIGOTTO, Gaudêncio. A Produtividade da escola improdutiva: um (re) Exame das Relações entre Educação e Estrutura Econômico–Social Capitalista. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.
KACHAR, Vitória.Tecnologia e inclusão: A terceira idade e a Inclusão digital. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/te/tetxt5.htm. Data de acesso: 15/05/2006
Lima, Elaine Leite de. Escolas aprendem com a tecnologia. Curso: Gestão Escolar e Tecnologias. Disponível em: http://www.gestores.pucsp.br/. Data de acesso: 15/05/2006.
Lima, E. O processo de apropriação das Tecnologias de Informação e Comunicação pela escola pública de São Paulo – Um estudo sobre inovação tecnológica e aprendizagem nas organizações. 2002. Dissertação (Mestrado em Administração). Pontifícia Universidade Católica, São Paulo.
NOVAIS, Vera Lúcia Duarte de. As TICs chegam à escola. Como entrar pela porta da frente? Curso: Gestão Escolar e Tecnologias. Disponível em: http://www.gestores.pucsp.br/. Data de acesso: 15/05/2006.
VIEIRA, Alexandre Thomaz. Funções e Papéis da Tecnologia. Gestão Escolar e Tecnologias. Disponível em: http://www.gestores.pucsp.br/. Data de acesso: 15/05/2006.


[1]Disponível em : http://www.gestores.pucsp.br/. Data de acesso: 15/05/2006.
[2]Disponível em: http://www.gestores.pucsp.br/. Data de acesso: 15/05/2006.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Hoje inicio um novo blog....

Resolvi construir um nvo blog, agora só para a discussão tecnologia na escola. Vamos ver o que vai dar...