Nesses momentos que antecedem a televisão digital em nosso país, me vem à mente o Livro de Pierre Bourdieu "Sobre a Televisão".
Enquanto a mídia muito e discute sobre a qualidade da imagem, por exemplo, propagandas trazem com ênfase a melhoria nos detalhes de visualização, lembro-me do alguns aspectos questionados por Bourdieu entre eles destaco: a palavra.
"È preciso fazer um trabalho de assistência à palavra" (p.47) O autor se refere a necessidade de se fazer ouvir quem tem algo a dizer, isto é, de auxiliá-lo a se expressar de forma plena. Será que com a melhoria da imagem, a palavra será oportunizada? Ou continuarão com suas técnicas, a ajudar a afundá-la? No programa Fantástico do último domingo no quadro minha periferia, houve uma importante abordagemde como a população dos arredores da capital parisiense , percebem a mídia. Por coicidência(ou não), os capítuulos dessa semana da novela das oito abordaram a tentativa de ser realizado um documentário, numa favela, e que também recebe rejeição da população local. As classes menos favorecidas estão percebendo que sua realidade é fabricada pelos meios de comunicação. Quem nos fez associar miséria e pobreza com marginalidade?
Bourdieu afirma que os jornalistas têm óculos especiais a partir dos quais vêem certas coisas e não outras. E ainda, que vêem de certa maneira as coisas que vêem. Afirma ainda que a televisão que deveria ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação de realidade.
Nos últimos escândalos políticos brasileiros, até que ponto o que acompanhamos na mídia é real e é fabricado? A ênfase dada a alguns fatos e não a outros, a manipulação das palavras, tem permitido afundar a realidade. Dar voz a quem tem o que dizer: talvez aí esteja o grande segredo .
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário