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Começa a guerra dos mininotebooks
(Agência Estado) Seg, 12 Mai - 00h30
Até outro dia, laptops minúsculos eram os típicos novos brinquedos tecnológicos, que todo mundo via com fascínio, queria mexer, mas poucas vezes encarava o preço caríssimo. Isso até outro dia. A miniaturização dos notebooks é a nova aposta dos fabricantes, que conseguiram deixá-los mais acessíveis. No Brasil, o mercado foi "oficialmente" inaugurado na semana passada.
A Positivo apresentou seu mininotebook e se lançou à concorrência com o também "mini" Eee PC, da taiwanesa Asus. A linha Mobo, nome que a empresa curitibana deu aos pequenos computadores, foi desenvolvida a partir do Classmate PC, um laptop educacional feito para crianças em parceria com a Intel. É, na verdade, a versão adulta do mininotebook.
Os dois modelos têm tela de apenas 7 polegadas (o mesmo tamanho que equipa um aparelho de DVD portátil, por exemplo) e cerca de 1 kg. Cabem facilmente em bolsas e mochilas. Ambos pretendem ser o segundo computador do usuário, já que as configurações (veja as fichas técnicas ao lado) são bem inferiores às de PCs e laptops maiores ou também pequenos mas bem mais caros.
Se perdem em desempenho, ganham em praticidade. A intenção é justamente essa: fisgar pessoas que gostariam de se conectar fora de casa ou digitar textos com rapidez, mas que não se satisfazem com as telas e os teclados pequenos de celulares. O lançamento de novos mininotebooks, portanto, inaugura ainda outra disputa: smartphones versus notebooks. Mas isso é tema para outra reportagem.
E o preço da brincadeira? A Positivo se gaba de vender o primeiro laptop do País a menos de R$ 1 mil (o Mobo sai por R$ 999). Mas, após o lançamento, na quarta-feira passada, já havia lojas na internet vendendo o Eee PC pelos mesmos R$ 999, R$ 100 a menos que o preço de lançamento, R$ 1,1 mil, de outubro do ano passado. Enfim, a briga começou.
Análise
À primeira vista, o Mobo parece o computador ideal para o que se propõe, principalmente por um elemento que o diferencia do Eee PC: o Windows. Ele vem com a versão XP Home instalada, muito familiar para a maioria dos usuários brasileiros. O mininotebook da Asus tem uma adaptação do Linux, a Xandros, que - apesar da boa usabilidade e interface - pode assustar os não-iniciados.
Um dos problemas do Mobo, paradoxalmente, é justamente o Windows. Ele "come" metade do pequeno espaço de armazenamento de dados. Não há disco rígido (HD), mas uma memória flash de só 2 gigabytes (é como se o HD fosse um pen-drive interno). Com o Windows instalado, sobram pouco mais de 900 megabytes para salvar arquivos. Para se ter idéia, é quase a mesma capacidade de um CD comum. Muito pouco.
O problema pode ser solucionado com um disco rígido externo, um pen-drive, cartões de memória (o micro tem entrada para aqueles cartões de câmera digital) ou colocando os arquivos online, como no Google Docs ou serviços de fotos como o Flickr. Só não dá para instalar muitos programas - fator limitador para usuários que buscam mais do que a navegação básica.
Navegar, aliás, é confortável com o Mobo, apesar de tudo parecer achatado (o Eee PC aproveita melhor o formato widescreen da tela). Mas prefira comandar o browser com o teclado ao invés de utilizar o touchpad (aquele quadradinho sensível ao toque que substitui o mouse). Além de muito pequeno, é fraca a sensibilidade da barrinha lateral que faz a tela subir e descer. As setinhas do teclado não falham e é rápido se acostumar com o tamanho diminuto das teclas. Pessoas com mãos grandes podem se arriscar a digitar com uma mão enquanto a outra segura o laptop.
Apesar das configurações simples, o Mobo consegue trabalhar com várias janelas abertas sem lentidão. Já vêm instalados o BrOffice (a alternativa "free" brasileira ao Word e Excel, da Microsoft) e o Adobe Reader, para ler arquivos PDF. Só falhou no teste do Link a exibição de vídeos em tela cheia. Clipes do YouTube, por exemplo, ficaram sobrepostos e ininteligíveis. O problema foi descoberto no protótipo enviado para teste. Esperamos que a Positivo corrija a falha antes de o Mobo chegar às lojas.
Falando em vídeo, uma boa surpresa do mininotebook é a webcam embutida. Ao contrário do Eee PC (veja em http://tinyurl.com/6fpoyy), capta imagens com 1,3 megapixels. Dependendo da conexão, dá para transmitir vídeos pela internet com qualidade e até tirar fotos (mas, claro, é superincômodo usar o micro como câmera).
O mininotebook também se conecta com monitores maiores e mouses USB, caso o usuário queira trabalhar com mais conforto, embora não seja muito útil.
O Mobo deve chegar às lojas em duas semanas. No mesmo período, a Asus planeja lançar a versão melhorada do Eee PC no Brasil, o Eee-900. A tela tem 8,9 polegadas, o desempenho é melhor e a memória interna cresce para 12 ou 20 gigabytes. O preço também crescerá: R$ 1.590.
Nos EUA, a HP também já entrou no mercado dos mininotebooks, com o modelo HP 2133 Mini-Note PC. O micrinho também tem tela de 8,9 polegadas, duas configurações e custa US$ 499 (cerca de R$ 850). A empresa quer trazer o produto para o Brasil ainda neste ano, mas não há data nem preço definidos.
Se você já tem um computador, fica muito fora de casa, detesta digitar no telefone e tem R$ 1 mil disponível, preste atenção na nova fase da mobilidade. Se não tem tudo isso, bem, os mininotebooks não são para você. As informações são do O Estado de S. Paulo/Link
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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